A FAMÍLIA DO MAÇOM
A
família para a Maçonaria é a base de tudo, depois de Deus.
A família é um dom
dos maiores que recebemos de Deus. Não é somente uma realidade cultural que
pertence a historia dos povos. É uma instituição natural criada por Deus.
A Maçonaria ilumina-nos sobre o sentido da família.
Somos criados à imagem e semelhança de Deus, cuja vida é comunhão profunda
entre as pessoas. O ser humano não existe apenas para alimentar-se, crescer e
ocupar espaço e tempo sobre a terra. É feito para “con-viver” (viver com), partilhar a vida com os outros, viver em
comunidade. Amadurecer no relacionamento fraterno e entrar em comunhão com o
próprio Deus, não só nesta vida, mas por toda a eternidade.
No projeto da Maçonaria, a família é destinada a ser a “comunidade de pessoas unidas
no amor”, sacramento cujo núcleo é a união amorosa e fiel entre o
homem e a mulher, caminho de aperfeiçoamento recíproco e fonte
de vida.
A família é, também, um compromisso. A comunhão de vida não se
realiza por encanto. É necessária a colaboração de cada um, para superar o
egoísmo, abrir-se ao outro na doação conjugal e familiar. Requer-se, ainda, a
cooperação da sociedade para que se criem condições adequadas à vida em
família. A finalidade primeira da família, é o valor que lhe confere sentido, é
a prole, sua educação física, psíquica, intelectual, moral, religiosa,
econômica e social.
O berço
doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a
legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Como esperar uma
comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz no mundo
começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz
entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituarmos
a amar o Irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada
dia, como respeitar o Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS?
Tantos pais,
irmãos e filhos se separam só pela necessidade de impor vontades, de ver “quem manda aqui”, quem ganha a condição
de dono da última palavra. Na maioria dos casos, numa reunião familiar, e com
um pouco de humildade todos saberiam até onde ir e quando parar.
São naturais
as discordâncias. O homem um dia há de aprender a combater as idéias e não as
pessoas. Toda a discordância deve priorizar o respeito.
Se o “diálogo”
antecedesse as nossas diferenças, não haveria espaço em nossos corações para
ressentimentos e muito menos cultivaríamos sentimentos tão letais no que diz
respeito aos outros.
O lar deve ser
cultivado como um santuário. É nas lutas diárias do lar que nos preparamos para
abraçar tarefas de vulto em prol da humanidade. É preferível abdicar de servir
à humanidade, se nos esquecemos dos compromissos prioritários de nosso lar.
Nos tempos
atuais, em que tantos banalizam a vida e as ruas se tornam abrigos de órfãos de
pais vivos, é hora de refletirmos sobre a Família e o papel do Maçom na
Comunidade.
A Maçonaria
quer que cada um de nós busque melhorar em todos os sentidos, porque em assim
fazendo estaremos no caminho certo que é a busca de uma melhoria cada vez maior
para a humanidade.
O
comportamento do Maçom se torna muito difícil na sociedade maçônica que na
profana, porque na sociedade maçônica, os indivíduos estão mais chegados uns
aos outros, exigindo deles tolerância, fraternidade, principiando pela família,
que reflete no procedimento social.
O cumprimento
destas tarefas tão importantes para o indivíduo e para a comunidade significa,
ao mesmo tempo, para os maçons o desdobramento benéfico de suas próprias
disposições.
O respeito e a
realização de tão nobre tarefa não podem ficar a mercê do acaso ou da
arbitrariedade, mas deve ser assegurada por uma verdadeira obrigação.
A Maçonaria
brasileira com o seu papel na formação do homem sempre foi uma constante na
consciência de liderança nacional da importância da função da família.
À família é atribuído o papel de primeira
célula da organização social, responsável pela transmissão dos valores morais,
espirituais, para que o mundo alcance a Paz.
Portanto, a família, para a Maçonaria, tem o
merecimento que lhe atribuiu o Irmão Rui Barbosa que aconselhava: “multiplicai a célula e tendes o organismo.
Multiplicai a família, e tereis a Pátria”.
A família
natural do Maçom passa a ser também maçônica, a partir do momento em que
o Iniciando recebe a luz (da Iniciação), a
primeira coisa que vê é seus novos Irmãos armados com espadas, jurando
protegê-lo sempre que for preciso. Passa a ser tratado como Irmão,
demonstrando-se, assim, o caráter fraternal da Maçonaria. A partir daí, todos
que a ele se referem o tratam por Irmão, os filhos do Irmão passam a
tratá-lo como “tio” e as esposas de
seus Irmãos passam a ser “cunhadas”.
Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro da Ordem e a família
maçônica. Na realidade, uma Loja constitui uma família, pois todos os seus
membros são Irmãos entre si, sem o destaque hierárquico; O Venerável Mestre
continua sendo o irmão do novel Aprendiz.
Se existe essa família, a união de seus membros deve ser cultivada e
todos se amarem com laços afetivos.
É difícil
precisar, no entanto, como esse vínculo se cria e se mantém. Por quê? Ao sermos
reconhecidos como Maçons o outro lado prontamente abre um sorriso amigo e o
abraça, como se já o conhecesse de toda a vida. Que força é essa que nos une e
faz com que homens de diferentes raças, credos, profissões e classes sociais,
tenham um sentimento de irmandade mais forte entre eles, que entre irmãos de
sangue ?
A Maçonaria
reserva um lugar de destaque à Mulher. Com a evolução e a modernidade atuais, a
mulher está conquistando, ao lado do homem, um lugar igual. E nós, Maçons, não
temos motivos para combater os ideais de emancipação da mulher. Ao invés, é
nosso dever amparar a mulher em seus esforços para obter liberdade e igualdade.
Há casos em que o Candidato já está vivendo sua segunda união matrimonial. É
importante que descubramos se sua esposa anterior e os filhos dessa união
ficaram amparados e se o Candidato está cumprindo com os deveres como um dos
construtores daquela família. Quem age corretamente não se opõe a essa
providência.
Portanto, sob
o critério filosófico, a Maçonaria destina-se tanto ao homem como a mulher,
complementos que são um do outro e destinados como estão a constituir a família
base celular de uma sociedade bem organizada. "Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os
dois uma só carne" (Gêneses 2:24).
Se em nossos
dias são frequentes as agressões à família e à vida, é também confortador,
podermos nos unir para abrir o coração para aprendermos através do estudo de
nossos Rituais, que sempre nos ensina a força do Amor, capaz de sacrifício,
diálogo e coragem.
O encontro
semanal em nossas Lojas, sob a proteção do Criador, seja para nós um encontro
com a própria família e a ocasião de sentirmos a alegria de sermos todos Irmãos
à luz de Deus.
A Maçonaria
convoca seus adeptos a oferecer seus serviços à família para que possa
alcançar, dia a dia, o ideal de união revelado pelo Grande Arquiteto do
Universo.
Colaboração do Irmão: Valdemar Sansão – M.’. M.’.
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